sábado, 25 de agosto de 2012

Em memória...


Hoje completam-se 15 anos que minha Mãe se foi.
E é um dia de terríveis lembranças...

E me lembro, como se estivesse acontecendo agora.
Posso fechar os olhos e ouvir a terrível noticia.

"Sua Mãe sofreu um acidente".

Ela está no hospital muito mal.

Eu ali agarrada ao chão, como se estivesse presa, na verdade eu estava, não conseguia mais me mexer, não sentia mais o meu corpo, eu parecia estar presa dentro dele.

A voz não saia.
E quando eu consegui sair do lugar, corri e peguei a 1ª roupa que achei na frente e fui em busca do meu Pai.

O Anderson junto comigo, mas a viajem foi longa, parecia nunca chegar.

Entrei correndo na casa da namorada do meu Pai e comecei a gaguejar, a voz novamente travou e quando finalmente consegui fala, "Pai Mamãe sofreu um acidente".

Eu cai, como se um peso imenso saísse de cima de mim, os olhos escureceram e despenquei, o Anderson atrás de mim me segurou.

Meu Pai saiu pra falar com o cara que estava querendo dar a noticia a ele, vi quando meu Pai num ato de desespero, deu um soco no portão da casa vizinha, mas eu estava com tanta vontade de ver minha Mãe e abraça-la, que não percebi o que aquele ato queria dizer.

E enquanto eu rezava e pedia a Deus que protege-la para mim, o Anderson veio e colocou a mão em meu ombro e disse, " vem cá" e eu disse espera um pouco, e ele esperou.

Quando me virei e disse "O que foi?".
Ele disse não adianta mais...
Eu perguntei, O que?

Ele me abraçou, e disse sua Mãe morreu.

Eu comecei a xingar Deus, empurrei ele e sai, e ele atrás de mim me pedindo pra fala e eu mandando ele voltar e me deixar sozinha.

Tudo isso porque, eu queria minha Mãe viva, aleijada, vegetando, sem uma perna ou um braço, mais eu queria ela, só ela, e Deus a levou...

Passei mais de uma hora completamente calada, senta enfrente a uma igreja, e quando resolvi fala foi:

O que vou fazer sem minha Mãe?
O que vou fazer no dia das Mães?
No aniversário dela?
No Natal?
Ano novo?
E em todos os dias da minha vida?

E quando perguntarem:
E sua Mãe?
Teria de dizer: Sou órfã?

E quando cheguei a delegacia, quis ver minha Mãe no IML, mais ninguém deixou.

E ao cheguei no cemitério, me lembro perfeitamente a 1ª coisa que vi, foi os pés do caixão e desabei, me lembro de que as pessoas vinham me abraçando e tentando me consolar.

Me lembro de quase poder contar os meus passo, quase que em câmera lenda passo a passo, até chegar ao caixão e ver minha Mãe lá, deitada, gelada,toda ferida e machucada.

Eu que já chorava, despenquei...

Passei minha mão em seu rosto, beijei sua testa e perguntei porque Mãe?

E pensei, levanta dai?
Vamos embora eu cuido de você!

Era a única coisa que eu queria, cuidar dela assim como ela sempre cuidou de mim, mas era tarde.
Isso não ia acontecer.

E hoje, quando me lembro dela, é inevitável não pensar, que nesses 15 anos perdemos tantas coisas que podíamos ter vivido juntas.

Mãe...

É aos prantos que digo que amo você e nunca irei me cansar de dizer isso.
E vou lhe dizer o mesmo que escutei de ti um dia, " se eu pudesse trocar de lugar com você, eu trocaria".

Se eu tivesse uma chance de me despedir de você,Só queria poder estar contigo ao menos uma única vez, pra te abraçar e dizer o quanto você me faz falta.

E...
Neste local solitário
Na imensidão da noite
O vento forma um açoite
Dentro desse santuário
Mora um amor solidário
Nome santo imaculado
De todos o mais amado
E eu sempre em desatino
NO JAZIDO DO DESTINO
RESIDE UM AMOR SAGRADO

Em memória de minha mãe:
Jurema Fernandes

TE AMO MINHA MÃE!!!

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